Como Recebera Cura Divina
Bernhard Johnson
COMO RECEBER A CURA DIVINA
Digitalizado por Ziquinha
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Nossa mais sincera gratidão aos amigos que ajudaram a revisar e a datilografar este livro: Pr. Charles Crabtree, Dr. Everett Wilson, Dr. Fred Greve, Barclay Wheeler, Debra Schoenberbger McCabe e Linda Laidlaw.
Sumário
Bases Bíblicas e Históricas para a Cura Divina
O Desejo de Deus em Curar o Homem
Curas Milagrosas nos Dias Atuais
Fui surpreendido, em novembro de 1982, pelo telefonema do Dr. Paul Eshleman, pedindo-me que apresentasse um ensaio sobre cura divina na Conferência Internacional para Evangelistas Itinerantes, mais conhecida como Amsterdam 83.
O tema a mim designado foi "O Papel da Cura Divina e Outros Dons no Evangelismo".
Acredito plenamente em cura divina desde a infância. Bem cedo, meus pais ensinaram-me a crer em Deus. Aliás, foi minha própria cura de pneumonia dupla, aos seis anos, que os levou a atender o chamado divino para o serviço missionário no Brasil.
O médico do St. Luke's Hospital, em San Francisco, afirmara não haver esperanças para mim. Não obstante, meu pai e minha mãe prostraram-se junto à minha tenda de oxigênio, um de cada lado, e deram-se as mãos por cima de mim. Papai começou a orar: "Senhor, perdoe-nos por negligenciar sua chamada. Por favor, cure nosso filho, e iremos para o Brasil, como seus servos".
Assim, depois de muita oração, respondi afirmativamente ao convite para realizar a palestra sobre cura divina na Amsterdam 83.
Das duzentas sessões daquele workshop, a que teve maior assistência foi a que tratou da cura divina. Desse modo, ficou comprovado o vasto interesse pelo assunto. Ao término, tive o privilégio de orar pessoalmente por um grande número de evangelistas. Vários outros vieram no dia seguinte para receber oração, conselho, ou respostas às suas questões sobre cura.
Por causa do grande interesse demonstrado, e tendo recebido solicitações de diferentes partes do mundo, senti-me dirigido a estender-me sobre o assunto, e oferecer um meio termo bíblico aproximado deste tão debatido tema.
Fui convidado novamente a apresentar o mesmo workshop na Amsterdam 86. Como da vez anterior, fui recompensado pela reação favorável de centenas de evangelistas.
Serei o primeiro a adiantar-lhe que não possuo todas as respostas. Quanto mais estudo a cura divina e a soberania de Deus, menos pareço entendê-las. Contudo, em virtude das promessas contidas na Palavra de Deus, e de minha experiência pessoal, testemunhando curas milagrosas durante quarenta e dois anos de ministério, corajosamente decidi escrever este livro, desejando que ele auxilie os que estejam buscando respostas sobre a cura divina.
Janeiro, 1995 Bernhard Johnson
Mil e oitocentas pessoas estavam com água pelo tornozelo, naquela tempestuosa noite de quinta-feira, em Manaus. Trovões e relâmpagos enchiam o céu, e a chuva pesada encharcava a multidão.
Mas isso não incomodava a ninguém, pois na capital amazonense chove quase todos os dias do ano. Com mais de oitocentos mil habitantes, a bela Manaus situa-se às margens do Rio Amazonas, novecentas milhas rio acima. Embora cercada por densa floresta, ostenta modernos arranha-céus, largas avenidas e trânsito movimentado.
A forte chuva não impedira os cultos nas três noites anteriores, nem arrefecera a fé daqueles que vieram para ser salvos e curados. Após a mensagem, mais de mil e duzentas pessoas receberam a Cristo como Salvador. Enquanto estavam sendo aconselhados por um grupo de obreiros, informei a multidão que oraríamos pelos enfermos. Exortei-os a confiarem em Cristo e, pela fé, receberem a cura em seu Nome.
Sem que eu soubesse, uma senhora idosa, trazida à reunião por dezessete membros de sua família, estava numa cama, embaixo, no lado esquerdo da plataforma. O reumatismo e a artrite deixaram-na tão encurvada e enrolada, que mais parecia uma bola. Havia quinze anos que não andava nem se alimentava sozinha.
Enquanto eu e os demais pastores da plataforma estendíamos as mãos e começávamos a oração da fé, um estranho e forte ruído fez-se ouvir - algo semelhante ao estalar de ossos se quebrando! Centenas de pessoas cercaram a idosa inválida, querendo testemunhar o milagre com os próprios olhos. Ela começou a estender seus membros retorcidos, iniciando pelos braços, mãos e dedos, e finalmente as pernas. Antes que seus atônitos parentes percebessem o que estava acontecendo, ela começou a esforçar-se para por-se em pé.
Em aproximadamente um minuto e dez segundos, ela já estava de pé, totalmente curada, dando saltos e mais saltos na lama, e glorificando a Deus.
O que aconteceu a seguir foi que dezoito pessoas correram para cima da plataforma, em minha direção. "Estou sendo atacado!" Pensei. Então a "vovó" arrancou o microfone da minha mão, e pôs-se a gritar:
- Olhem, olhem! Vejam o que Jesus fez comigo!
A voz da multidão uniu-se à dela, louvando a Deus por seu poder curador.
Capitulo 1
Como promessa da Palavra de Deus, a cura divina é admitida como doutrina pela Igreja Cristã. É uma das ferramentas de que se serve o evangelista para alcançar o pecador. De igual modo, é impossível ler a Bíblia sem reconhecê-la de imediato como provisão divina à trágica queda de Adão, no Éden, que acabou por introduzir a enfermidade e a morte na experiência humana. Enfim, há bases bíblicas e históricas para se acreditar plenamente na cura divina.
Vejamos primeiramente suas bases bíblicas.
1. Foi Estabelecida por Deus no Antigo Testamento
"Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e obrares o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara" (Êx 15.26). No original hebraico, poderíamos traduzir, assim, a última parte deste versículo: "Eu sou o Senhor (YHWH) seu médico".
"É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, e sara todas as tuas enfermidades" (Sl 103.3). "Enviou a sua palavra, e os sarou e os livrou da sua destruição" (Sl 107.20).
2. Foi Tipificada no Antigo Testamento
"Então o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e morreu muito povo de Israel. Pelo que o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti: ora ao Senhor que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo. E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal, e ficava vivo" (Nm 21.6-9).
Em Números 12.5-15, lemos:
"Então o Senhor desceu na coluna da nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois chamou a Arão e a Miriã, e eles saíram ambos. E disse: Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras, pois ele vê a semelhança do Senhor. Por que pois não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés. Assim a ira do Senhor se acendeu; e foi-se. E a nuvem se desviou de sobre a tenda; e eis que Miriã era leprosa como a neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que era leprosa. Pelo que Arão disse a Moisés: Ah senhor meu, ora não ponhas sobre nós este pecado, que fizemos loucamente, e com que havemos pecado. Ora não seja ela como um morto, que saindo do ventre de sua mão tenha metade da sua carne já consumida. Clamou pois Moisés ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures. E disse o Senhor a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial, e depois n recolham. Assim Miriã esteve fechada fora do arraial sete dias, e o povo não partiu, até que recolheram a Miriã".
3. Foi Anunciada pelos Profetas
"Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades (no hebraico, doença, fraqueza, padecimento, sofrimento), e as nossas dores (no hebraico, pesares) levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (no hebraico, curados, restaurados, feitos sãos)" (Is 53.4,5).
"Eis que eu farei vir sobre ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância de paz e de verdade" (Jr 33.6).
4. Exercida por Cristo em Seu Ministério Terreno
"E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo" (Mt 4.23).
"E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos: para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças" (Mt 8.16,17).
5. Prometida por Cristo nos Evangelhos
"E estes sinais seguirão aos que crêem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes: e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão" (Mc 16.16-18).
"E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus" (Lc 9.2).
"Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios: de graça recebestes, de graça dai" (Mt 10.8).
6. Cumprida em Atos dos Apóstolos
"E disse Pedro: "Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. “E todo o povo o viu andar e louvar a Deus; e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à porta Formosa do templo, e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera” (At 3.6-10).
"E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o ventre de sua mãe, o qual nunca tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos, e vendo que tinha fé para ser curado. Disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou" (At 14.8-10).
7. Ensinada e Manifestada nas Epístolas
"E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar" (1 Co 12.9).
"Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará, e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5.14-16).
Observemos, agora, as bases históricas:
a. Pregada e exercida durante a Igreja
Muitos dos pais da igreja fizeram da cura divina uma pratica ministerial.
b. Tem sempre acompanhado os grandes avivamentos espirituais
Filipe em Samaria, Paulo em Listra, e o reavivamento no País de Gales sustentam esta verdade.
c. É patente nos dias de hoje
Ainda hoje, Deus continua levantando homens para ministrar aos enfermos: Oral Roberts, Dr. Charles Price, Smith Wigglesworth, Reihard Bonnke, Tommy Hicks e outros.
Em muitas igrejas evangélicas, há trabalhos específicos de cura divina.
Capitulo 2
A enfermidade entrou no mundo em conseqüência do pecado. No jardim do Éden não havia doenças, nem fraqueza, amargura ou dor. Mas por causa do pecado, o homem tornou-se sofredor e sujeito à morte. Embora a doença física não seja o resultado direto do pecado, a queda de Adão trouxe, indiretamente, enfermidades, desgostos e sofrimentos para toda a humanidade.
Entretanto, há outras causas para as doenças além da queda.
1. Desobediência ou Quebra das Leis da Natureza
Tal fato expressa-se de várias maneiras: descuido nos hábitos alimentares, sono insuficiente, falta de higiene pessoal, abuso de medicamentos, pensamentos pecaminosos etc. Nalgumas culturas, onde as normas de higiene não são devidamente observadas, as doenças predominam de maneira extraordinária. Os males gastrointestinais e muitas outras enfermidades são o resultado de dietas inadequadas, desnutrição e comprovada ausência de asseio.
2. Trabalho Excessivo
Eis outro fator de grande prejuízo para o corpo humano. Excessivo esforço mental, ou físico, desgasta a saúde. Uma interessante ilustração desse fato pode ser encontrada em Filipenses 2.30: "Porque pela obra de Cristo chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida para suprir para comigo a falta do vosso serviço". Indubitavelmente, Epafrodito havia se excedido a si mesmo no trabalho do Senhor, e em seus préstimos ao apóstolo Paulo. Um exagero evidente em seu zelo pelo Reino de Deus.
Em nossa movimentada sociedade, onde todos correm para lá e para cá, é necessário que tenhamos momentos de recreação e entretenimentos apropriados, que funcionem como válvula de escape, a fim de aliviarmos a pressão psicológica.
3. Acidentes
Acidentes infantis, ou ferimentos, cujos danos não são detectados imediatamente, poderão, mais tarde, resultar em problemas físicos e mentais, com sérias complicações.
4. Preocupação, Ansiedade, Medo, ou Complexo
de Culpa
Estas coisas causam, pouco a pouco, distúrbios emocionais que acabam por interferir no processo digestivo, ou no próprio descanso tão necessário ao bom funcionamento do corpo.
Um crente não deve permitir a presença de tais coisas em sua vida. Tem de confessá-las a Cristo, e libertar-se delas. O mais importante é que o fruto do Espírito esteja sempre em evidência em nossa vida, pois "o perfeito amor lança fora o medo" (1 Jo 4.18). (Almeida Revista e Atualizada) "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará (no grego, protegido por uma completa guarnição de soldados) os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fp 4.7).
5. Congênito
Indubitavelmente, certas doenças são transmitidas às crianças por seus pais. Isto pode ser observado, em grande escala, nos países onde os recursos médicos não são acessíveis a todos.
Uma criança em gestação sofrerá os efeitos da má nutrição, ou herdará as doenças da mãe, se esta não receber os devidos cuidados pré-natais. Pesquisas científicas indicam que o consumo de álcool e de drogas, por parte das gestantes, pode afetar a criança. Entre os mais graves riscos, encontra-se a Síndrome Alcoólica Fetal. Cresce o número de bebês, nos Estados Unidos, que vêm apresentando esses terríveis sintomas.
6. Hereditárias
Alguns tipos de doenças são hereditários.
Quando os genes do pai e da mãe se juntam no momento da concepção, é possível que certas disfunções, ou enfermidades, sejam transmitidas ao ser que acaba de ser gerado.
À semelhança das características pessoais, essas transmissões variam desde a tendência à epilepsia, passando pelas doenças respiratórias, enxaquecas, indo até a síndrome de Down etc.
7. Doenças Espirituais
Não são necessariamente indicadas como possessão (Lc 13.11 e Mc 1.32). Mas podem ser identificadas como
8. Ingratidão
Em Lucas 17.12-19, lemos que dez leprosos foram curados por Cristo, mas somente um voltou para agradecê-lo. Para recompensar-lhe a gratidão, Jesus não se limitou a curar-lhe a enfermidade física; concedeu-lhe também a saúde espiritual. Os outros nove, devido a sua ingratidão, receberam apenas a cura do corpo.
A ingratidão, sem dúvida alguma, é uma maneira de se atrair não somente moléstias físicas, como também enfermidades espirituais.
9. Permissão Divina
Dois notáveis exemplos são Jó e Paulo. O extraordinário caso do patriarca encontra-se descrito no livro que lhe leva o nome (Jó 1.8-12). A mesma permissão para a enfermidade alojar-se na vida do apóstolo encontra-se em Gálatas 4.13 e 2 Coríntios 12.5-10.
Em raras e especiais ocasiões, Deus, em sua soberania, permite a Satanás que nos toque o corpo com doenças e enfermidades.
10. Participar Indignamente da Ceia do Senhor
De acordo com 1 Coríntios 11.27-30, a pessoa que participa indignamente da Ceia, sem discernir o corpo do Senhor, está sujeita a várias conseqüências. Posso afirmar, alias, com base em minha experiência pastoral, que os tais estão correndo sérios perigos.
11. Correção Divina
Antes de mais nada, leiamos Deuteronômio 28.15-22. Nesta passagem, o Senhor deixa bem claro aos israelitas as conseqüências que lhes adviriam se, algum dia, viessem a violar seus mandamentos. E a história comprova que nenhuma dessas palavras caiu por terra.
Acredito que, em certos casos, Deus age duramente para atrair a atenção de seus filhos, impingindo-lhes doenças ou juízos.
Devemos levar em conta também que, através do sofrimento, o Senhor capacita-nos a consolar aqueles que se acham em dificuldades (2 Co 1.3-5). Alguém que tenha enfrentado longa enfermidade, ou rigoroso pesar, e passa então a desfrutar do alívio proporcionado pelo toque de Cristo, torna-se mais perseverante no orar, mais compassivo no aconselhar e mais amoroso no ajudar o próximo.
Capitulo 3
Por causa de seu amor para com a humanidade, e de seu vivo interesse para que o homem seja uma criatura sadia, gozando de boa saúde física, mental e espiritual, Deus providenciou vários meios e fontes para a cura da humanidade. Apresentá-las-ei na seguinte ordem:
1. Natureza
Através da natureza, Deus nos tem proporcionado meios de restauração tais como: produção de nova pele, quando nos queimamos; e o fechamento de feridas, quando nos ferimos.
2. Medicina Científica
A Bíblia de modo algum condena a medicina. Louvo a Deus pela sabedoria que Ele tem repartido com o homem, e pelos modernos milagres realizados pela ciência médica. Na verdade, a medicina científica e a cura divina não se opõem uma à outra. Complementam-se para restituir ao homem a boa saúde. Há uma exceção: quando a
Jesus não condenou a mulher que sofria de fluxo de sangue por ter consultado os médicos (Lc 8.43-48). Embora Paulo tivesse os dons de curar cooperando-lhe no ministério, fazia-se acompanhar, em suas jornadas, por Lucas, o médico amado (2 Tm 4.11). Constantemente, os amigos de Jesus adoeciam (Jo 11.3). Certamente, a fé não é prejudicada quando alguém procura um médico para diagnosticar e tratar uma enfermidade. Muitas vidas seriam salvas se as doenças, aos primeiros sintomas, fossem diagnosticadas e logo tratadas. Louvo a Deus pelos muitos médicos cristãos em todo o mundo, que não apenas diagnosticam e tratam as enfermidades, como também oram por seus pacientes.
3. Operações Sobrenaturais de Deus
Eis alguns modos pelos quais a cura divina foi obtida no passado. A rigor, tais métodos não se constituem numa receita fixa, pois o Senhor tem um modo particular para agir em cada ocasião:
A oração da própria pessoa (Is 38.1-5)
A oração de outrem (Nm 12.13)
A oração coletiva (Tg 5.16)
Unção com óleo (Mc 6.13); Tg 5.14.15)
Dom espiritual (1 Co 12.9; At 5.15,16; 9.11,12).
4. A Ceia do Senhor
Os elementos simbólicos, em si mesmos, não podem curar. Quando, porém, o pão e o vinho são recebidos pela fé na eficácia do sangue e do corpo de nosso Senhor, certamente a cura pode efetuar-se (1 Co 10.16).
Estou seguro de que Deus, em seu amor, deixou-nos muitos recursos, providenciando vários meios para que sejamos curados no corpo, na alma e no espírito.
Capitulo 4
Como já frisei no prefácio deste livro, certamente não tenho todas as respostas sobre a cura divina. Entretanto, creio que a Palavra de Deus ajudar-nos-á a compreender, por exemplo, porque algumas pessoas não alcançam a cura nem pela própria oração, nem pela oração de outrem.
Eis algumas razões:
1. Falta de Fé (Tg 1.6,7)
A fé deve estar presente sempre que formos orar acerca de qualquer assunto. Este princípio tem de ser aplicado quando nos achegamos a Deus. "Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam" (Hb 1 1.6). A fé, na Bíblia, não é simplesmente uma atitude mental. Ela envolve fidelidade e obediência para com Deus e sua vontade.
2. Pecado Oculto (Tg 5.14-15; Sl 66.18)
Não há dúvida de que Deus espera que confessemos nossos pecados, estando bem ou mal de saúde. Quando
3. Egoísmo (Tg 4.3)
Alguns desejam saúde perfeita por razões egoístas, e não para maior glória de Deus. É claro que o Todo-poderoso é bom e compreensivo. Mas se vamos usar a cura para continuar em nossa velha maneira de ser, sem observar sua Palavra nem dar-lhe o primeiro lugar em tudo, Ele não tem motivos para curar-nos.
4. Confirmação da Fé (Tg 1.3; Sl 119.67,71)
Não podemos nos esquecer também de que muitas vezes a doença bate-nos à porta a fim de que exercitemos a nossa fé, e nos tornemos mais ousados em nossa confiança para com Deus. Não foi isso o que aconteceu a Jó e a Ezequias?
5. Pecado para a Morte (1 Jo 5.16,17)
Desobediência deliberada para com a Palavra de Deus e blasfêmia contra o Espírito Santo poderão certamente conduzir à doença e à morte.
6. Coração Rancoroso (Mt 18.32.35)
Como cristãos, devemos conhecer a prática do perdão em nosso viver diário.
"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fp 2.5). A maior lição de perdão foi ensinada por Jesus, ao exortar Pedro a perdoar as ofensas do próximo até setenta vezes sete. De fato, se soubermos que nosso irmão tem algo contra nós, ainda que seja ele quem nos tenha magoado, devemos pedir-lhe perdão, antes de deixarmos nossa oferta no altar (Mt 5.23,24).
Como poderíamos esquecer as palavras do Mestre na cruz.: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34).
7. Premeditada Desobediência à Vontade Divina (Êx 15.26; Dt 28.45)
O Senhor tem-nos revelado seu plano para uma vida abundante e bem sucedida. As Escrituras falam claramente sobre a qualidade de vida que Deus deseja para seus servos. Ele concedeu-nos o modelo completo na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo.
Se, deliberadamente, escolhermos desobedecer a vontade de Deus e suas leis, teremos de suportar os resultados da desobediência.
8. Orgulho (2 Co 12.7-9)
Nas Escrituras, o Senhor trata severamente as pessoas que deixam a soberba e o egoísmo dominarem suas vidas e ações. Nabucodonosor, no Antigo Testamento, oferece-nos um exemplo (Dn 4.29-37). O mesmo ocorre com o rei Herodes (At 12.21-24).
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